Uma cara nova para uma comunidade.

Como deve ser a imagem de uma Igreja? Que elementos um edifício/templo católico deve apresentar? Esse foi o nosso desafio ao projetar a reforma da Igreja São Vicente de Paulo, em Iúna, no Espírito Santo: dar uma cara nova para uma comunidade viva, dinâmica e atuante.
A edificação objeto da reforma teve sua construção iniciada sobre uma laje doada pela Associação São Vicente de Paulo, em meados da década de 1990. O desejo principal de comunidade é a edificação de uma torre, com a finalidade de marcar, geograficamente, que ali existe uma igreja católica, função hoje exercida por uma placa.
O lote onde a edificação foi construída localiza-se numa esquina, fazendo divisa com uma praça e uma rua. No entanto, a declividade do terreno e o fato da Igreja ter sido edificada sobre a laje não permitem que o acesso à mesma se dê pela praça, mas pela rua lateral. Uma vez que a edificação existente ocupa toda a área da laje, a solução foi criar uma torre esguia, localizada na quina.
A intenção foi explorar a melhor visada do edifício a partir da rua, reforçando os pontos de fuga nas duas fachadas, que receberam novo jogo de cheios e vazios, por meio de abertura de novas janelas e detalhes com reboco em alto relevo.
A solução arquitetônica contemplou a criação de uma espécie de adro, um átrio, salas de catequese, sala do dízimo, banheiros, copa, sacristia e mezanino, além da nave e o presbitério. O pé direito foi ampliado e, além de melhorar o ambiente do ponto de vista térmico, contribui para o sentido de transcendência.
Sobre a porta e a janela laterais principais , destacam-se as imagens dos padroeiros da comunidade São Vicente de Paulo e Nossa Senhora da Guia. No presbitério, a pedido da comunidade, reinam a sobriedade e a simplicidade. O crucifixo atual é suspenso sobre o altar que, juntamente com o ambão e sédia, foram projetados visando a unidade.